sexta-feira, 15 de outubro de 2010

 Vamos concordar

1. “ALUGA-SE ou ALUGAM-SE apartamentos?”

O certo é “ALUGAM-SE apartamentos”.

A presença da partícula apassivadora “SE” faz a frase ser passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo(= apartamentos), e não quem pratica a ação de alugar. É o mesmo que eu dissesse que “apartamentos são alugados”.
Em “VENDE-SE este carro”, o verbo fica no singular porque o sujeito (=o carro) está no singular; em “VENDEM-SE carros usados”, o verbo vai para o plural porque o sujeito (=carros usados) está no plural. Correspondem a: “Este carro é vendido” e “Carros usados são vendidos”.

2. “PRECISA-SE ou PRECISAM-SE de operários?”

O certo é “PRECISA-SE de operários”.

Neste caso, a partícula “SE” tem a função de tornar o sujeito indeterminado. Quando isso ocorre, o verbo permanece obrigatoriamente no singular: “Necessita-se de profissionais competentes”; “Acredita-se em discos voadores”; “Aspira-se a grandes vitórias”.
É interessante notar a presença da preposição: “precisa-se de”, “necessita-se de”, “acredita-se em”, “aspira-se a”. Isso é uma indicação de que a partícula “se” é indeterminadora do sujeito.

Crase sem crise

 
1. Vou a casa ou à casa?

O certo é: “Vou a casa.”

A sua própria casa não “merece” artigo definido.
Observe: Se “você vem DE casa” ou se “você ficou EM casa”, só pode ser a sua própria casa.

OBSERVAÇÃO 1 – Qualquer outra casa vem antecedida de artigo definido. Isso significa que haverá crase:
“Vou à casa dos meus pais.” (=volto DA casa dos meus pais)
“Vou à casa de Angra.” (=volto DA casa de Angra)
“Vou à casa José Silva.” (=volto DA casa José Silva)
“Vou à casa do vizinho.” (=volto DA casa do vizinho)
“Vou à casa dela.” (=volto DA casa dela)

OBSERVAÇÃO 2 – Não haverá crase somente quando a palavra CASA estiver sem nenhum adjunto: “Ele ainda não retornou a casa desde aquele dia.” 


“Não nos vemos ou HAVIA dois anos?”
 
O certo é “Não nos vemos dois anos”.

Isso significa que “faz dois anos” que não nos vemos.
Se a frase estivesse no passado “não nos VÍAMOS”, aí o correto seria dizer que “HAVIA dois anos”, ou seja, “não nos víamos havia dois anos”. Isso significa que “fazia dois anos que não nos víamos”, mas que acabamos de nos ver.

Observe outro exemplo:

1. cinco anos que o Internacional não é campeão gaúcho” = o Internacional continua sem ser campeão;
2.Havia cinco anos que o Internacional não era campeão gaúcho” = o Internacional ganhou o campeonato.

Vou à ou a terra?

O certo é: “Vou a terra.”

A palavra TERRA, no sentido de “terra firme, solo, chão” (= oposto a estar “a bordo”), não recebe artigo definido, logo não haverá crase.

Observe o macete: “volto DE terra”.

Ao viajar de avião, podemos observar a ausência do artigo definido antes da palavra TERRA (=terra firme). Quando o avião aterrissa, uma das comissárias de bordo vai ao microfone e diz: “Para vôos de conexão e mais informações, procure o nosso pessoal em terra.” Por que não na terra? Porque é em terra firme, e não no planeta Terra. Em outras palavras, o que ela quer dizer é o seguinte: “Não me encha o saco a bordo do avião. Vá ao balcão da companhia no aeroporto.”
É importante observarmos que qualquer outra TERRA, inclusive o planeta Terra, recebe o artigo definido.

Portanto, haverá crase:

“Vou à terra dos meus avós.” (=volto DA terra dos meus avós)
“Cheguei à terra natal.” (=volto DA terra natal)
“Ele retornou à Terra.” (=volto DA Terra / do planeta Terra)
Observe a diferença:
“Depois de tantos dias no mar, chegamos a terra.” (= terra firme)
“Depois de tantos dias no mar, chegamos à terra procurada.”
Teste de ortografia, veja se entendeu a explicação:




Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase “Tive um ____ pressentimento, _________ não saí de casa.”

(a) mal – por isso;
(b) mau – porisso;
(c) mau – por isso;
(d) mal – porisso. 

Resposta do teste: letra (c). Um MAU pressentimento é contrário de um BOM pressentimento. Não esqueça o velho macete: MAU se opõe a BOM e MAL é o contrário de BEM. E você sabe quando é que se escreve “porisso” junto? Só quando você escreve errado. “Porisso” não existe. Devemos escrever POR ISSO sempre separado.

É ou SÃO uma hora da tarde?”

O verbo SER sempre concorda com as horas: “É uma hora da tarde”; “SÃO treze horas”; “SÃO duas horas”; “SÃO dez horas”; “É uma e dez da madrugada”; “É zero hora”.
Assim sendo, “SÃO doze horas”, mas “É meio-dia”; “SÃO doze horas e 30 minutos”, mas “É meio-dia e meia”.

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